Num rali discutido ao décimo de segundo, João Barros esteve muito
próximo de vencer em Guimarães pois era o líder da classificação quando
uma anomalia na direcção assistida do Ford Fiesta R5 o fez perder tempo.
Lugar no pódio sabe a pouco mas ficou a demonstração de competitividade
numa prova com muito público.
No Rali Serras de Fafe, João Barros não teve oportunidade de 'medir' o
seu andamento com o da concorrência direta no Campeonato Nacional de
Ralis (CNR). Essa comparação surgiu finalmente em Guimarães, segunda
prova da temporada, e o mínimo que se pode dizer é que a dupla João
Barros / Jorge Henriques provou que é uma das mais fortes candidatas às
vitórias no principal escalão dos ralis nacionais. Numa competição muito
equilibrada e com diferenças de décimos de segundo entre os mais
rápidos, João Barros passou para a frente do rali na quarta especial e
aí se manteve até à sétima classificativa, acumulando duas vitórias em
especiais (meio ponto extra por cada uma) e revelando capacidade para
resistir à intensa pressão dos seus adversários.
Contudo, na primeira passagem pelo troço da Serra da Penha (PEC8), uma
anomalia num sensor do Ford Fiesta R5 desativou a direcção assistida na
abordagem a uma curva, obrigando João Barros a desligar e a voltar a
ligar o carro. Perdendo tempo precioso - que no final do troço se cifrou
em 16,8 segundos -, isso acabou por retirar o campeão do CPR2 da
discussão pela vitória, tendo João Barros gerido o seu andamento nas
duas últimas classificativas para assegurar novo pódio em Guimarães (tal
como em 2013) e os 15 pontos do terceiro lugar. “Foi um momento que nos pode ter custado a vitória”, afirma o piloto da Fibromade Racing Team. “Estávamos
rápidos e concentrados, as diferenças entre os três primeiros eram
pequenas mas sentíamos que era possível manter aquele nível até ao
final. Num gancho ficámos sem direcção assistida e só mesmo ao desligar e
ligar o carro é que o problema se resolveu. Claro que com tudo isto
perdemos muitos segundos e a concentração também foi afetada pois
sabíamos que não tínhamos troços suficientes para recuperar. Mas saio
deste rali orgulhoso com o que fizemos. Mostrámos a nossa rapidez e
provámos que podemos lutar pelas vitórias. Foi o segundo rali
consecutivo em que um problema mecânico nos prejudicou mas pelo menos
aqui penso que ninguém ficou com dúvidas do nosso potencial”, referiu.
João Barros destacou ainda a enorme afluência de espectadores na
super-especial noturna de sexta-feira e nos troços da secção de sábado.
“Nunca tinha visto nada assim. Um piloto muitas vezes não se apercebe
da quantidade de público mas deu para sentir o carinho e o apoio de
milhares e milhares de pessoas na estrada. O meu obrigado a todos eles e
mais uma vez demonstrámos que os ralis em Portugal continuam a ser um
fenómeno de massas”.
Guimarães também marcou a estreia de Elias Barros ao volante do Ford
Fiesta R5 da P&B Racing. Gentleman driver assumido, o tio de João
Barros quis desfrutar da experiência ao volante de um R5, carro com o
qual tinha feito apenas 50 quilómetros de testes na semana anterior.
Elias Barros começou por registar um tempo interessante na
super-especial (10º), e depois estava a cumprir os seus objetivos quando
um problema mecânico o obrigou a desistir, na PEC7. “Optei por
desistir para não agravar o problema até porque o meu rali já estava
'ganho': diverti-me imenso e fiz quilómetros com o carro para regressar
melhor preparado numa outra oportunidade”, referiu Elias Barros.
A próxima prova da Fibromade Racing Team será o Rali de Portugal, de 3 a
6 de Abril, antecedido pelo sempre espectacular WRC Fafe Rali Sprint, a
29 de março.
Sem comentários:
Enviar um comentário