Ao volante do Mitsubishi Lancer Evo IX com o qual só tinha disputado o
último Rali de Amarante / Baião, Ricardo Matos foi uma das sensações do
Rali Serras de Fafe, prova inaugural da Taça Nacional de Ralis de Terra.
Piloto amarantino foi obrigado a abandonar quando tinha o pódio à
vista.
Ricardo Matos e o navegador Carlos Matos entraram muito fortes no Rali
Serras de Fafe, superando inclusive as suas próprias expectativas.
Conscientes de que tinham poucos quilómetros competitivos ao volante do
Lancer Evo IX, a dupla de Amarante apostava sobretudo em terminar a
ronda minhota, tentando acumular experiência com o carro japonês e
ganhar o necessário ritmo competitivo. Contudo, Ricardo Matos foi
imediatamente o mais rápido no primeiro troço da prova, os 8,6
quilómetros da especial de Montim, ganhando 17 segundos ao tricampeão
nacional absoluto Fernando Peres. O piloto de Amarante manteve-se na
liderança da prova até à PEC4, sendo prejudicado pelo facto de partir
atrás de um carro de duas rodas motrizes, que apanhou em pleno percurso
por duas vezes.
Ainda assim, Ricardo Matos estava satisfeito com o 2º lugar que ocupava
no início do derradeiro dia de prova. Contudo, o troço de Luílhas (PEC8)
seria traiçoeiro para Ricardo Matos, que não conseguiu evitar um
ligeiro pião que deixou o Mitsubishi apoiado num talude, sem qualquer
hipótese de retomar a especial, apesar de quase não ter sofrido danos
mecânicos. Um final inglório para Ricardo Matos e Carlos Matos, que
demonstraram capacidade para lutar pelos primeiros lugares nos
emblemáticos troços de terra da região de Fafe.
“Acabou por ser uma experiência positiva”, referiu no final Ricardo Matos. “No
primeiro troço, em Montim, procurei guiar ‘limpo’, a pensar no relógio,
mas sem nunca imaginar que iria ganhar 17s ao Fernando Peres. Nas
especiais seguintes percebi que era possível andar naquele ritmo mas a
organização colocou um carro de duas rodas motrizes a partir à minha
frente e apanhámos esse concorrente em duas especiais. Para domingo,
tinha planeado não arriscar nada porque queria sobretudo chegar ao final
e aprender o máximo possível com o Fernando, um piloto que eu admiro
desde miúdo. Numa ‘esquerda 2’, com os trilhos já muito definidos, vi
uma pedra no interior e tentei passar ao lado para não estragar nada.
Quando abri a direção e voltei a fechar, o carro fugiu para uma ravina e
ficou apoiado num talude, praticamente sem qualquer dano. Simplesmente
ficou naquela posição e não conseguíamos sair dali. Claro que foi
frustrante porque podíamos perfeitamente ter começado a época com um bom
resultado. Mas confesso que foi muito especial discutir troços com um
piloto cujo palmarés e experiência falam por si. Além disso, foi um
prazer passar com um carro destes em locais com tanto significado nos
ralis em Portugal. Agora resta-nos continuar a testar e evoluir para o
próximo rali. Quero deixar aqui uma palavra de agradecimento a todos os
nossos patrocinadores e amigos”, concluiu Ricardo Matos.
A segunda prova da Taça Nacional de Ralis de Terra será disputada em Gondomar, nos próximos dias 17 e 18 de Março.
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