O Rali de Portugal é a maior prova de desporto motorizado que se realiza em Portugal anualmente. A primeira edição foi disputada em 1967 e desde aí contou para diversos campeonatos internacionais, tais como, o Campeonato Europeu, Intercontinental Rally Challenge, e o Campeonato do Mundo de Ralis no qual ainda está integrado. A organização da prova está a cargo do Automóvel Clube de Portugal.
O Rali Internacional TAP, assim se designou a primeira edição
internacional da prova, foi a continuação de uma prova criada no início
da década de 60 pelo Grupo Cultural e Desportivo da TAP, quando a
Transportadora Aérea Portuguesa decide criar uma prova de estrada para
os seus funcionários. Em 1965 entra para a organização da prova aquele
que seria o rosto da prova até 1997, Alfredo César Torres. Um ano
depois, em 1966, o Eng. Vaz Guedes presidente da TAP à data, anuncia a
criação de uma prova internacional aberta a todos. Assim nasce em 1967 o
Rali Internacional TAP.
Com a entrada para o Campeonato do Mundo, e após oito edições, em 1975 o Automóvel Clube de Portugal substitui-se ao Grupo Cultural e Desportivo da TAP na organização da prova. Após sucessivos adiamentos a prova realizou-se em Julho já com um novo patrocinador, o Instituto do Vinho do Porto.
A meio da década de 70 a prova começava a vítima do seu próprio sucesso, o elevado número de espectadores que assistiam ao rali em determinados pontos, um deles Sintra, levava a comportamentos menos próprios. Mesmo assim isto não impediu o rali de receber por cinco edições consecutivas, de 1976 a 1980, e ainda em 1982, o título de Melhor Rali do Mundo atribuído pela BPICA (Bureau Permanent International des Constructeurs d´Automobiles).
Devido aos problemas com os espectadores a ronda de Sintra, que até 1981 era realizada na noite da última etapa, passa a partir de 1982 a ser na manhã/tarde da primeira etapa. Por consequência e pela proximidade de Lisboa a afluência de espectadores era tal que causa muitos problemas à organização e às equipas participantes. Em 1985 aconteceu uma das reviravoltas mais surpreendentes na história do rali, na quarta e última etapa durante a primeira passagem pelos 56,5 km do troço de Arganil, Walter Rohrl tem um problema na caixa de velocidades e entrega o primeiro lugar quando já nada o fazia prever ao piloto finlandês Timo Salonen, que o manteve até final.
Um ano depois, no ano de ouro dos Grupo B, a prova tinha uma lista de inscritos de luxo o que chamou mais público à Serra de Sintra para a primeira etapa da prova. Infelizmente o elevado número de espectadores levou a que o acidente do piloto português Joaquim Santos na Lagoa Azul tivesse consequências trágicas com a morte de diversos espectadores e um número elevadíssimo de feridos. Isso levou ao cancelamento de toda a ronda de Sintra e ao abandono dos pilotos de fábrica da prova. Este episódio e ainda a trágica morte do piloto Henri Toivonen, levou a FISA a banir os Grupo B no fim de 1986. A ronda de Sintra nunca mais foi realizada pelo Rali de Portugal.
Um ano após a tragédia na Lagoa Azul, a prova vê-se amputada dos populares troços junto a Lisboa, o que conjuntamente com a introdução dos Grupo A tirou muito espectadores da prova. Infelizmente não evitou a morte de mais um espectador no troço do Marão devido a um acidente que teve como protagonista um piloto português.
O rali entretanto tinha-se tornado num feudo da Lancia com diversas vitórias entre 1987 e 1992, e que só foi interrompida pela vitória do piloto espanhol Carlos Sainz e o seu Toyota em 1991. Em 1994 o patrocinador original do rali regressa, e até 2001 a prova passou a designar-se TAP/Rali de Portugal. No ano de 1995, e devido aos novos regulamentos internacionais, o rali sofre nova mudança na estrutura. A etapa inicial em alcatrão deixa de existir, o rali vê-se encurtado para apenas três dias e a partida passa para a Figueira da Foz. Curiosamente foi sob este modelo que o rali teve as suas edições mais disputadas, entre 1995 e 2001 por cinco vezes o primeiro e o segundo classificado ficaram separados por menos de 12 segundos.
Depois de três edições a partir da Figueira da Foz, em 1998 o quartel-general da prova muda-se para a Exponor em Matosinhos e decorre pela primeira vez sem o seu mentor, Alfredo César Torres, que havia falecido em Londres meses antes. Um ano depois, e pela primeira vez na sua história, o rali tem como partida e chegada das etapas a mesma localidade, neste caso Matosinhos. Na sua última edição a contar para o Campeonato do Mundo, os organizadores ainda tiveram tempo de receber mais um prémio, o de “The Most Improved Rallye of the Year” em 2000. Infelizmente isso não chegou, e no final de 2001 o TAP/Rali de Portugal foi substituído no calendário do Campeonato do Mundo de Ralis pelo Rali da Alemanha, depois de uma das suas edições mais difíceis devido ao temporal que se abateu sobre a prova, principalmente nas duas primeiras etapas.
Em 2002 começava a “travessia no deserto”. Inicialmente programado para o Algarve, o rali mudou-se para Trás-os-Montes e para Macedo de Cavaleiros, onde foram montados ralis à dimensão do Campeonato Nacional e que tiveram como principais protagonistas pilotos portugueses, nomeadamente Armindo Araújo que venceu duas das três edições da prova que decorreram em Trás-os-Montes.
Com a eleição de novas corpos sociais no Automóvel Clube de Portugal e cumprindo uma das suas promessas eleitorais, o novo presidente do Automóvel Clube de Portugal Carlos Barbosa e a sua equipa montam uma prova candidata em 2005 e 2006 ao Campeonato do Mundo de Ralis. Como reconhecimento do excelente trabalho desenvolvido, seis anos depois, a prova volta ao principal campeonato de ralis do mundo. Por fim, e depois de um interregno em 2008 para acolher o Intercontinental Rally Challenge, a prova parece ter a manutenção no “World Rally Championship” assegurada para os próximos anos.
Em 2012 o Automóvel Clube de Portugal junto com a Camara Municipal de Fafe, levaram até aos adeptos Nortenhos um dos maiores eventos nacionais, o Fafe World Ralisprint, que levou até Fafe milhares de adeptos portugueses e de outras nacionalidades.
Em 2012 fica tambem marcado pela saida de estrada de Sebastian Loeb, ele que era um dos candidatos á vitória. Ficando o seu colega de equipa Mikko Hirvonnen na liderança do rali logo após os dois Ford's Oficiais tambem sairem de estrada no segundo dia de prova.
O vencedor da edição 2012, foi inesperado, pois devido a irregularidades no carro de Hirvonen levando a sua desclassificação, Mads Ostberg vence a edição de 2012.
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